O Centro de Atenção Psicossocial de São José de Mipibu – CAPS, promoveu durante a semana eventos alusivos ao Movimento da Luta Antimanicomial, que se caracteriza pela luta pelos direitos das pessoas com sofrimento mental. Além de palestras e apresentações culturais o movimento também foi marcado por passeio de socialização e lazer.
De acordo com o diretor do Centro Psicossocial, Elielson Urbano, um dos objetivos da luta consiste em combater à ideia de que se deve isolar as pessoas com sofrimento mental em nome de pretensos tratamentos, ideia baseada apenas nos preconceitos que cercam a doença mental.
“Esse movimento antimanicomial tenta remeter o entendimento de que como cidadão essas pessoas têm o direito fundamental a viver em sociedade, além do direito a receber cuidados e tratamentos sem que para isto tenham que abrir mão da cidadania”, destacou.
O movimento que foi marcado com ações sociais e de cidadania dentro e fora da unidade teve como meta esclarecer a sociedade sobre a necessidade de se efetivar a substituição progressiva dos hospitais psiquiátricos tradicionais por serviços abertos de tratamento e formas de atenção dignas e diversificadas de modo a atender às diferentes formas e momentos em que o sofrimento mental surge e se manifesta.
Esta substituição implica na implantação de uma ampla rede de atenção em saúde mental que deve ser aberta e competente para oferecer atendimento aos problemas de saúde mental da população de todas as faixas etárias e apoio às famílias, promovendo autonomia, descronificação e desinstitucionalização.
O Movimento da Luta Antimanicomial teve seu início marcado em 1987, em continuidade a ações de luta política na área da saúde pública no Brasil por parte de profissionais de saúde que contribuíram na própria constituição do SUS. Naquele ano a discussão sobre a possibilidade de uma intervenção social para o problema da saúde mental, especificamente, dos absurdos que aconteciam nos manicômios ganhou relevância, permitindo o surgimento específico deste movimento. Desde então a participação paritária de usuários de serviços e seus familiares se tornou característica deste movimento. Em 1987 estabeleceu-se o lema do movimento: “Por uma sociedade sem manicômios”, e o 18 de maio foi definido como o Dia Nacional da Luta Antimanicomial, data comemorada desde então em todo o país.
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