domingo, 7 de setembro de 2014

JOGARAM ÓLEO QUEIMADO NO CONGRESSO E RESPINGOU EM HENRIQUE

O ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa. Paulinho, como é chamado na intimidade, vinha dizendo que não haveria eleições em 2014 se ele contasse tudo o que sabe. A promessa foi cumprida.
Em delação premiada o ex-diretor da estatal do petróleo relatou aos policiais a formação de um cartel de partidos políticos que atuavam para desviar recursos da Petrobras por meio de comissões em contratos arranjados. E exemplificou: “Todo dia tinha político batendo na minha porta”. Num dos depoimentos, ele citou uma conta de um “operador do PMDB” em um banco europeu.
Entre os políticos citados na delação estão o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) e o presidente da Câmara, Henrique Alves (PMDB-RN). Inconcebível que os presidentes do Senado e da Câmara, pertencentes ao partido do vice-presidente da República, Michel Temer, que por sua vez é presidente do PMDB, maior partido do Brasil, mantenha uma conta com dinheiro sujo num banco for do Brasil. Ou será que Michel Temer não sabia disso?
Transportando o escândalo para o Rio Grande do Norte, pode-se dizer que o ex-presidente da Petrobras jogou óleo queimado na candidatura de Henrique Alves ao governo do Rio Grande do Norte. Ou melhor dizendo, melou literalmente a candidatura de Henrique Alves ao governo do Rio Grande do Norte.
Para quem vinha criticando o seu principal oponente no pleito, Robinson Faria (PSD) por “baixar o nível da campanha”, plagiando o jornalista Josias de Souza, ao falar sobre o delator que revelou à Justiça segredos que estavam armazenados abaixo da camada pré-moral da maior estatal brasileira, pode-se dizer que Henrique Alves ao ter o seu nome citado entre os participantes deste esquema, não só baixou o nível de sua campanha como também ele próprio jogou lama no seu ventilador.
Não há justificativa ou nota que possa tentar desqualificar agora o delator, até porque se um preso decide delatar para diminuir a sua pena é porque não vai mentir. Cabe agora o Supremo aceitar os termos da delação. Mas a verdade é que faltando 30 dias para o pleito e mesmo Henrique Alves liderando as pesquisas, o óleo derramado pode queimar as suas pretensões de chegar ao governo do Rio Grande do Norte tão sofrido de escândalos nestes últimos 40 anos.

A conferir!