domingo, 25 de setembro de 2011

JURANDI NÓBREGA DEIXA A RÁDIO FM 94

“O QUE VI, ouvi e não escrevi”. Esse é o título de um livro que o jornalista Jurandy Nóbrega, 66, dos quais 50 dedicadas à notícia, talvez nunca escreva. Por censura prévia da própria família, temerosa por sua segurança. E ele, que defendeu a ditadura militar no passado, hoje, em plena vigência da liberdade de expressão no Brasil, acaba de pedir demissão da rádio 94 FM por se sentir censurado.

Jurandy Nóbrega diz que é difícil conviver com o cerceamento à sua independência de escrever e entrevistar o que e quem quiser. Sem papas na língua, o jornalista político mais polêmico dessas terras potiguares nasceu na Paraíba. O pivô de sua saída da rádio 94 FM foi uma entrevista que pretendia fazer com a vereadora Júlia Arruda, presidente da Comissão Especial de Investigação que apura os contratos de aluguel da Prefeitura de Natal.
Um deles, a do Novotel, envolve Haroldo Azevedo, dono da 94 FM. “Não se deve misturar interesses políticos, religiosos e comerciais com a concessão de rádio e tevê”, critica. Jornalista acostumado a dizer o que quer, Jurandy Nóbrega considera – se censurado pela rádio 94 FM onde trabalhou por treze anos até a última segunda-feira, quando deixou de apresentar seu programa matinal às 7h.

Foi o primeiro programa de rádio-jornalismo em uma rádio FM em Natal. Jurandy Nóbrega comenta que, em seu programa, havia uma lista de quem podia e quem não podia ser entrevistado. “Como bom jogador sempre procurei não contrariar meu técnico”, compara sua posição em relação ao dono da emissora. Nunca falou mal do ex-governador Geraldo Melo. “Porque ele é um homem de bem” e, também, porque ele é amigo de Haroldo Azevedo, que foi seu suplente de senador.De um certo tempo para cá, chegou a, constrangido, não convidar determinadas pessoas que gostaria de entrevistar no seu programa. Sobre o recente episódio da CEI dos Contratos na Câmara, queria convidar Júlia Arruda, presidente da Comissão, porque já havia entrevistado Júlio Protásio, relator. (Fonte:silvioandrade/onovojornal)

Um comentário:

Ricardo Lago disse...

Cadê a liberdade de expressão neste país?