Quando, há algumas semanas, registrei o fato de o deputado federal Henrique Eduardo Alves, presidente do PMDB potiguar e líder da agremiação em sua casa congressual, ter-se queimado junto à presidente Dilma Rousseff ao criar um bloco parlamentar para garantir sua eleição como presidente da Câmara Federal, próceres políticos potiguares discordaram, achando que ele continuaria forte junto ao Palácio do Planalto.
O matutino "O Estado de São Paulo" registrou neste domingo um diálogo para lá de áspero que o parlamentar teria travado com o médico Alexandre Padilha, novo ministro da Saúde, quando lançou mão de dois itens altamente caros ao PT, o partido de Dilma. Lembrou o quanto o PMDB ajudou o então presidente Lula da Silva a domar o escândalo do "Mensalão" e a próxima eleição da presidência da câmara federal.
A querela o opôs exatamente ao melhor interlocutor que o deputado tinha no estafe político de Lula. Os norte-rio-grandenses se lembram de que o discurso mais marcante da festa em homenagem a Henrique Eduardo e ao senador Garibaldi Alves Filho, primo e correligionário do deputado agora nomeado ministro da Previdência Social, foi exatamente o de Padilha, na época titular da pasta da articulação política do governo federal.
Em Brasília, consta que Henrique Eduardo não mais é interlocutor forte junto aos dilmistas. Estes reforçam a tese de que seus interlocutores no PMDB são o vice-presidente Michel Temer e os senadores José Sarney (AP), presidente do Congresso Nacional, e Renan Calheiros (AL).
Na mesma cidade há quem diga que, pelo andar da carruagem, Temer, grande amigo de Henrique Eduardo, pode vir a se sentir na obrigação de não mais fazer questão de apresentá-lo tão ostensivamente como antes. E que o parlamentar ainda pode perder a liderança do PMDB na câmara. Na manhã de hoje alguém de Brasília lembrou que Dilma nunca perdoou Henrique Eduardo por lhe dar recomendar o uso de bambolê para adquirir jogo de cintura.
FONTE: Roberto Guedes – no minuto
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