Dentre as praias mais frequentadas na área urbana de Natal, as que apresentam maior risco de afogamento são Ponta Negra e Praia do Meio. Na Região Metropolitana Norte, as praias da Redinha, Santa Rita, Pitangui e Jenipabu apresentam riscos em potencial. Já no litoral Sul, a mais temida é Búzios, seguida de Pirangi. Mesmo diante de tantos riscos aos banhistas, o Corpo de Bombeiros não disponibiliza torres de observação e guarda-vidas para fazer a segurança da população nas praias mais movimentadas.
De acordo com o Ronaldo Diniz, doutor em Geologia Costeira e Ambiental, quando o banhista se sentir sendo carregado de lado pelas ondas, deve manter a calma e procurar sair do mar. “A corrente costeira, que é a corrente gerada pelas ondas que se aproximam da praia, são as maiores causadoras de afogamentos. Ele acredita que o jovem Willian Franklin, 20, tenha sido puxado por esse tipo de corrente que “cava” túneis quando retorna para o oceano. “Por isso que as pessoas caem em valas. Uma hora estão num local com água no joelho e com apenas um passo adiante, podem cair num buraco”, adverte o professor.
Barraqueiros criticam a falta de consciência
Barraqueiros, moradores mais antigos das praias e os próprios bombeiros, reclamam da falta de consciência dos banhistas. Em praias como Búzios e Redinha, os barraqueiros orientam seus funcionários a falarem aos clientes sobre os perigos do mar naquela localidade. Porém, nem sempre a orientação é capaz de evitar um acidente como os que ocorreram recentemente.
Entrevista/Ronaldo Diniz/ doutor em Geologia Costeira
Quais as particularidades do mar que banha o Rio Grande do Norte?
As praias do Rio Grande do Norte se caracterizam por serem praias arenosas com ondas normalmente abaixo de dois metros. Elas chegam até a linha de costa com sentidos contrários, gerando uma corrente de retorno que é responsável por muitos afogamentos que ocorrem em nossa costa, particularmente, na praia de Búzios.
Quais os pontos mais perigosos no litoral potiguar?
Dentre as praias mais frequentadas pelos banhistas, Búzios é a mais perigosa devido à constante presença de correntes de retorno. Por ser uma praia bastante frequentada, amplia-se o risco de afogamento. Em Natal, a Redinha é um ponto perigoso, assim como a Praia do Meio que pode carregar o banhista para atrás dos arrecifes, causando afogamento. A praia de Pitangui também merece atenção dos banhistas.
Como um banhista conseguiria reconhecer uma iminente situação de risco observando o movimento das ondas e do mar?
De forma geral, uma pessoa leiga tem dificuldades de identificar os riscos. Mas, de forma geral, existem critérios simples que podem ser observados. São eles: praia com areia grossa tem sempre correntes mais fortes; praia onde a faixa de areia é muito inclinada, rapidamente o banhista entra na água e já atinge uma área profunda; praia com zonas de arrebentação cortadas, como é o caso de Búzios, que causam as correntes de retorno. Os guarda-vidas conseguem identificar as correntes de retorno.
O que os banhistas devem fazer para se proteger de um afogamento?
Aconselha-se ao banhista que antes de entrar no mar, questionar um profissional do Corpo de Bombeiros ou até mesmo um morador mais antigo da região sobre o histórico de afogamentos, se são frequentes, enfim. O ideal seria a sinalização adequada e salva-vidas em número suficiente.
Operação Verão
Para reduzir o número de casos de afogamentos nas praias do litoral potiguar, com foco nas praias mais frequentadas, o Corpo de Bombeiros se prepara para dar início às ações da Operação Verão 2010/2011. De acordo com o Major Lucena, a Operação será iniciada entre a primeira e segunda semana de dezembro e se estenderá até uma semana após o carnaval em 2011. O comandante do Grupo de Busca e Salvamento lamenta a quantidade insuficiente de profissionais aptos a prestar o serviço de guarda-vida.
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