· O psicólogo Rui Veiga, especialista no tratamento de dependentes químicos, dá dicas de como os pais podem identificar se o filho é usuário de crack. Segundo o psicólogo, mesmo com todo o cuidado é praticamente impossível um usuário esconder os vestígios da droga.
O primeiro e mais importante conselho de Rui Veiga para os pais é que prestem bastante atenção na vida dos seus filhos. “Como o crack tem um potencial altamente devastador no organismo suas consequências podem ser observadas logo nas primeiras horas após o consumo. O prazer intenso causado pela droga dura quinze minutos no máximo. Passado o êxtase do efeito do crack no organismo, o usuário começa a sofrer com o inicio da dependência”, explica o especialista.
Segundo o psicólogo, o individuo fica com insônia, perde o apetite e entra na fase mais delicada, a de sentir ou não vontade de consumir a droga novamente. “Após fumar uma pedra de crack ele vai ficar na fissura para fumar mais outra. Essa é uma fase crucial, pois pode culminar com o inicio da dependência. Uma pessoa pode ficar viciada em crack em apenas uma noite, depende do seu organismo e estado psicológico”, alerta.
Rui destaca que é necessário observar as mudanças drásticas de estilo de vida e nas amizades. “Uma das primeiras mudanças em um dependente químico diz respeito a sua privacidade. O jovem tende a ficar mais reservado, agir com mais sigilo. Começa a ter novas amizades e gradativamente vai perdendo o contato com os familiares. O rendimento escolar também cai, pois o dependente perde o controle de suas ações, consequentemente, não consegue se concentrar, muito menos estudar”, destaca.
Além de características comportamentais existem provas materiais que pode caracterizar um usuário de crack. “Ao utilizar o cachimbo para fumar o crack muitas vezes queima-se os dedos. Se os pais acharem cachimbo artesanal ou até mesmo uma latinha de refrigerante furada entre os objetos pessoais do seu filho é bem provável que esteja consumindo a droga”, explica Rui Veiga.
“Quando fica evidente a dependência química é que ela está muito alta. Pelo tempo em que se droga ou pela quantidade de consumo. Os pais são sempre os últimos a quererem assumir a dependência de um filho. Infelizmente escondem, mascaram até não poderem mais”, lamenta o psicólogo.
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