O deputado federal eleito Francisco Everardo Oliveira Silva (PR-SP), o Tiririca, que conquistou 1,3 milhão de votos em outubro, virou ontem à noite (5) cabo de guerra entre duas emissoras de televisão.
Paulo Henrique Amorim, da TV Record, entrevistou primeiro o deputado-humorista sobre generalidades e, claro, sobre a escolaridade de Tiririca.
O deputado eleito afirmou que sabe ler e escrever. A produção do “Domingo Espetacular”, da Record, foi até Itapipoca, no Ceará, cidade natal do entrevistado, para mostrar a ex-professora dele e os amigos de escola.
Algum tempo depois, na Globo, o mesmo Tiririca foi tema de extensa reportagem. O programa “Fantástico” quis mostrar um deputado eleito que não sabe ler nem escrever, que é analfabeto.
Tiririca virou cabo de guerra entre as emissoras de tv porque ele sintetiza a disputa não só pela audiência, mas da hegemonia da disputa de ideias, da formação da opinião pública brasileira.
Por detrás desse “sabe-não-sabe” ler de Tiririca está outra batalha não vista pelos telespectadores: se cassassem o deputado-humorista modificariam a composição da bancada federal paulista.
O PR de Tiririca esteve coligado nas eleições de outubro ao PT, PRB, PCdoB e PT do B. Com os 1,3 milhão de votos, o humorista arrastou na proporcional mais três parlamentares consigo: Otoniel Lima (PRB-SP), delegado Protógenes (PC do B-SP) e Vanderlei Siraque (PT-SP).
Voltando à guerra das emissoras. O ponto alto da entrevista de Paulo Henrique Amorim foi quando ele sugeriu a Tiririca fazer uma buchada de bode bem apimentada para dar ao promotor Maurício Antonio Lopes, que o persegue. Tiririca respondeu dizendo que não deseja mal a ninguém.
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