O aumento salarial que os congressistas se autoconcederam na quarta (15) se espraia pelas Assembleias Legislativas. Há casos em que os deputados estaduais já haviam aprovado a reposição salarial automática. Há outros em que o reajuste foi levado a voto no rastro da decisão da Câmara e do Senado. Há também Estados em que os legislativos programam para a próxima semana a autoconcessão do tônico salarial. De uma ou de outra forma, a onda que engolfa o contribuinte já assedia as arcas das seguintes unidades da federação: SP, RJ, MG, SC, RS, PR, MT, MS, RN, PA, BA e PE. O movimento tem amparo legal. Reza a Constituição que os contracheques dos deputados estaduais podem chegar a 75% do salário dos colegas federais. Em sua grossa maioria, os legisladores estaduais recebem, hoje, cerca de R$ 12,3 mil mensais. Como deputados federais e senadores se presentearam com o salário de R$ 26,7 mil, a remuneração nos Estados vai à casa dos R$ 20 mil. A CNM (Confederação Nacional dos Municípios) fez as contas. Constatou o seguinte: Depois que o reajuste descer de Brasília para todos os Estados, o custo da brincadeira será de R$ 128,7 milhões por ano. A partir de 2013, as câmaras de vereadores também poderão entrar na onda.
Pela Constituição, um vereador pode receber entre 20% e 75% do salário de um deputado estadual –conforme o número de habitantes do município. Na contabilidade da CNM, se todos os vereadores do país aderirem ao autoreajuste, o tamanho do espeto será de R$ 1,836 bilhão. Juntando-se deputados estaduais e vereadores, o maremoto de reajustes custará R$ 1,96 bilhão ano.
Tudo isso num instante em que Dilma Rousseff e boa parte dos governadores eleitos falam em "austeridade".
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